segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Mestre Ramesh


Certa vez, perguntei para o Ramesh, um de meus mestres na India:
- Por que existem pessoas que saem facilmente dos problemas mais complicados, enquanto outras sofrem por problemas muito pequenos, morrem afogadas num copo de água?
Ele simplesmente sorriu e contou-me uma história:
Era uma vez um sujeito que viveu amorosamente toda a sua vida. Quando morreu, todo mundo lhe falou para ir ao céu, um homem tão bondoso quanto ele somente poderia ir para o Paraíso. Ir para o céu não era tão importante para aquele homem, mas mesmo assim ele foi até lá.
Naquela época, o céu não havia ainda passado por um programa de qualidade total. A recepção não funcionava muito bem. A moça que o recebeu deu uma olhada rápida nas fichas em cima do balcão e, como não viu o nome dele na lista, orientou-lhe para ir ao Inferno.
E no Inferno, você sabe como é. Ninguém exige crachá nem convite, qualquer um que chega é convidado a entrar. O sujeito entrou lá e foi ficando. Alguns dias depois, Lúcifer chegou furioso às portas do Paraíso para tomar satisfações com São Pedro:
- "Você é um canalha! Nunca imaginei que fosse capaz de uma baixaria como essa. Isso que você está fazendo é puro terrorismo!"
Sem saber o motivo de tanta raiva, São Pedro perguntou, surpreso, do que se tratava. Lúcifer, transtornado, desabafou:
- "Você mandou aquele sujeito para o Inferno e ele está fazendo a maior bagunça lá. Ele chegou escutando as pessoas, olhando-as nos olhos, conversando com elas. Agora, está todo mundo dialogando, se abraçando, se beijando. O inferno está insuportável, parece o Paraíso!" E fez um apelo:
- "Pedro, por favor, pegue aquele sujeito e leve-o de lá!"
Quando Ramesh terminou de contar essa história, olhou-me carinhosamente e disse:
- "Viva com tanto amor no coração que se, por engano, você for parar no Inferno o próprio demônio lhe trará de volta ao Paraíso."
Problemas fazem parte da nossa vida, porém não deixe que eles o transformem numa pessoa amargurada. As crises vão estar sempre se sucedendo e às vezes você não terá escolha. Sua vida está sensacional e de repente você pode descobrir que sua mãe está doente; que a política econômica do governo mudou e que infinitas possibilidades de encrencas aparecem.
As crises você não pode escolher, mas pode escolher a maneira como enfrentá-las. E, no final, quando os problemas forem resolvidos, mais do que sentir prazer por ter encontrado as soluções, você terá se sentido bem consigo mesmo.
Autor desconhecido

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Pato Patareco de Daniel Adalberto
Antônio Torrado


           Havia um menino que se chamava Daniel. Daniel. E vivia numa casa assim
Redonda! Mas, o Daniel era um menino tão especial que um dia, quando a mãe dele lhe deu 3 moedas, ele resolveu ir no mercado comprar uma prenda. E, assim que entrou no mercado e olhou pro lado direito, lá estava: quá, quá, quá. Três moedas custou o pato. Ele foi pra casa e disse:
- A partir de hoje, tu vai chamar Patareco.
 Mas, o pato era especial também, um pato sabido. Sabia contar. E sempre que o Daniel ia pra escola ou precisava fazer contas, o pato fazia com ele. E a professora dizia:
- Vamos lá Daniel quanto é 2+2? E o pato com a pata.
- Quatro.

- Muito bem, Daniel.
Tudo corria bem. Nas histórias normalmente tudo corre bem! Até que um dia o Daniel acordou bem cedo, chamou a mãe, a mãe estava na cozinha. Tão vendo a mãe estava cozinhando

A mãe era uma grande doceira, fazia uns bolos.
Chamou a mãe e disse:
- Mamãe, não viste meu pato Patareco?
- Não, não vi.
Então, ele resolveu ir pelo caminho sempre a chamar:

- Pato Patareco! Pato Patareco! 
Mas, aí o Pato Patareco não apareceu. Foi então, que se lembrou que costumava brincar por um lago que havia lá perto e foi.



Foi sempre a chamar. Como ele chamava o pato:
- Pato Patareco! Pato Patareco!
Olhou com tanta atenção pro lago e o lago tinha uma ilha assim pequenininha cheia de pedrinhas assim redondas e luzidias.


E a água do lago era tão clara e tão pura! Que se conseguia ver as caldas do peixes e o Daniel sempre a procurar, como ele chamava?



- Pato Patareco! Pato Patareco! 
Ao fundo do lago havia uma floresta com árvores frondosas, mas ali o pato também não estava.

E ele já estava muito longe de casa quando escutou uma voz que chamava:
- Água fria!
Aí viu mais abaixo do lago duas tendas de campistas 


e desceu até lá. Então, perguntou a um homem se ele havia visto o Pato Patareco.
- Nem um pato e muito menos o Pato Patareco.



         O homem estava uma fera. Foi aí que ele ouviu de novo a voz da água fria da senhora

foi ver, já chegou logo perto. E era uma senhora que estava a estender roupa. Já havia estendido muita coisa: uma blusa, um vestido, meias, calça, lençóis...
 Mas, esta senhora também não havia visto o Pato Patareco. E o Daniel resolveu voltar pra casa

Voltou pra casa por este caminho. Deitou-se na sua cama redonda


Olha a cabeça do Daniel na cama. Tão vendo a dobrinha do lençol, era de riscas.


            Estava o Daniel a dormir, quando começou a vir um grande barulho. Lá fora, o vento começou a soprar . Ouvia-se uns trovões aqui. Os bichos daqui já estavam assustados! As vacas só faziam...... Os galos...... Os perus..... O portão só batia, batia e o Daniel teve que se levantar e teve que fechar a janela que tava assim aberta 
  



Foi aí que puxou e deu um nó bem apertado e só aí viu no seu pé estava o pato: quá, quá, quá que chorando com saudades dele.
E nesse dia, quando a professora perguntou as contas, o Daniel teve coragem: hoje vou fazê-las sem o Pato Patareco.
- Daniel vai lá. Hoje, vamos fazer a de multiplicar. – disse a professora. 2 X 2?
Daniel pensou, pensou.
- Quatro.
- E 4X4?
- Dezesseis.
- 3X3?
- Nove.
Foi assim que Daniel Adalberto aprendeu fazer contas com o Pato Patareco.