quarta-feira, 19 de maio de 2010

Luto pela morte do meu pai

Estou de Luto! Meu querido pai nasceu em 18 de setembro de 1941, na cidade de Jaraguá. Filho de Manoel Marcelino da Silva Álvares e Rosa da Costa Freire. Era o quarto de uma prole de 17 filhos. Foi pai de 6 filhos: Shirley, Gilberto Antônio † 22/08/1990, Roberto Manoel † 06/03/2008, Shirlene (Eu), Simone e Eduardo; 18 netos e 1 bisneto. Meu pai foi um homem que viveu com intensidade todos os momentos de sua vida. Sempre foi carinhoso com os filhos. Era altivo, alegre, romântico. Adorava a política, deixou sua marca. Poeta inveterano, gostava de escrever e declamar poesias. Formou-se em Direito no CEUB em Brasília juntamente com o irmão Tubertino. O amor que dedicava à sua terra natal e ao pé de serra sempre o fez lutar para estar e/ou morrer lá. Saber ser o herdeiro das terras que pertenceram ao Pe. Silvestre Álvares da Silva, o fazia um homem de valores, estes que fazem preservar a história de sua família. Ter sido filha de um homem de tantos amigos e de amizades profícuas faz de mim uma menina que retorna à infância para recordar os momentos mais felizes da vida de uma pessoa. A filha que admira o pai pelo que ele é. Ele era vaidoso consigo mesmo, adorava um bom perfume e fica alinhadíssimo vestido num bom terno. Para ele homem devia sempre usar gravata. Meu pai foi do tempo em que um fio de bigode valia mais que mil palavras. Fez minha mãe, uma mulher plena que se constitui na vida do homem como a mãe dos filhos, a esposa e a guerreira. Para ele, minha mãe era uma pedra preciosa intocável, impossível de ser lapidada, porque a enxergava perfeita. Tive orgulho, por muitas vezes de ser filha dele. Admirava-o em suas oratórias, a minha arte de contar histórias teve raízes em sua prática de contar a própria vida. Ser pai, marido, homem, amigo não são tarefas fáceis... Meu pai teve falhas sim, não era perfeito, mas era digno de ser admirável nas qualidades que tinha e trazia “na algibeira”. Aprendi a ser feliz com ele. E ali, no dia 14 de maio de 2010, na Câmara Municipal de Jaraguá, compreendi que não era somente eu que o tinha por amigo e pai. Mas, as lágrimas da dor chamada saudade brotou no coração de muitos amigos, companheiros, parentes, irmãos. Pessoas vieram de longe para dar o último adeus. O Divino Espírito Santo se fez presente, quando os cavaleiros Mouros e Cristãos ecoaram o Hino do Divino, momentos em flasblack tomaram conta de minha memória. Vi meu pai deitado na rede, a ninar meu filho mais velho sobre sua barriga cantando o Hino do Divino: “Vinde Espírito Divino, consolador descei lá do céu...” e o Renato Flávio chorou... As palavras do Jhaudheir, a missa de corpo presente celebrada pelo Pe. Edmilson Luiz Almeida e a homenagem prestada pelos cavaleiros das Cavalhadas com os mantos sobre o caixão emocionaram a todos e a mim especialmente, que agora colocando no papel todo este relato, sirvo de lágrimas para pedir a Deus serenidade para deixar o tempo cicatrizar as feridas que não se fecham de forma absoluta. Obrigada, Senhor pela vida do meu pai!

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