Esta é uma história de muitos anos atrás sobre uma professora primária.
Seu nome era Dona Hilária. E enquanto estava em frente de sua classe da 5ª
série, no primeiro dia de aula, disse uma mentira a seus alunos. Como muitas
professoras, ela olhou para seus alunos e disse que os amava igualmente. Mas
isto era impossível, pois ali, na 1ª carteira, estava sentado um garotinho
chamado Luiz Alberto.
Dona Hilária já o havia observado
no ano anterior e notou que ele brincava muito com as outras crianças, que suas
roupas estavam amarrotadas e que ele constantemente precisava de um banho, além
de que, às vezes, podia ser grosseiro. Chegou a um ponto em que a dona Hilária
sentia prazer em apontar os erros nos seus trabalhos de casa e fazer grandes “X”
com caneta vermelha, apresentando a ele um grande “F”.
Na escola onde Dona Hilária
ensinava era obrigatória a pesquisa da vida escolar das crianças e ela colocou
Luizinho por último. Mas quando finalmente ela pesquisou o currículo escolar
dele, ficou surpresa.
A professora da 1ª série
escreveu: “Luiz Alberto é uma criança brilhante e alegre. Ele faz suas tarefas
bem feitas e sempre estão limpas. Tem boas maneiras. É uma alegria estar ao
lado dele”.
A professora da 2ª série
escreveu: “Luiz Alberto é um excelente aluno. É bem visto pelos colegas, mas
está com alguns problemas, pois sua mãe está com câncer terminal e dentro de
casa está sendo difícil”.
A professora da 3ª série
escreveu: “A morte de sua mãe tem sido muito difícil para Luiz Alberto. Ele
tenta fazer o melhor, mas seu pai não mostra muito interesse para a vida
caseira e logo isto vai afetá-lo se alguma providência não for tomada”.
A professora da 4ª série
escreveu: “Luiz Alberto está se retraindo e não mostra muito interesse para a
escola. Ele não tem muitos colegas e às vezes dorme durante a aula”.
Neste momento a Dona Hilária
percebeu o problema e envergonhou-se.
Ela sentiu-se pior quando os seus
alunos trouxeram-lhe presentes de Natal, embrulhados em papéis bonitos com
laços, com exceção de Luiz Alberto. Seu presente, que estava mal embrulhado em
papel de supermercado era notado no meio dos outros. Algumas crianças começaram
a rir quando, ao abrir o presente, a professora encontrou um bracelete de
pedras com algumas faltando, e um vidro de perfume quase no fim. Mas, ela fez
com que os alunos se calassem enquanto dizia como era bonito o presente que
acabara de receber. Ela colocou o bracelete e também um pouco do perfume.
Luiz Alberto
ficou após a aula na escola apenas para encontrar a Dona Hilária e dizer a ela:
“Professora, hoje eu senti a fragrância de minha mãe na senhora.”
Depois que
as crianças foram para a casa, ela chorou por uma hora. Naquele mesmo dia ela
parou de ensinar leitura, escrita, aritmética. Em vez disso, ela começou a
ensinar crianças.
Dona Hilária deu mais atenção a
Luiz Alberto. Enquanto ela trabalhava com ele, a mente dele parecia vivida.
Quanto mais ela o encorajava, mais rápido ele respondia. No fim daquele ano
Luiz Alberto se tornou o melhor aluno da classe e, desta vez, ele se tornou o
favorito dela.
Um ano depois ela encontrou um
bilhete debaixo de sua porta, que era de Luiz Alberto, dizendo que ela ainda
era a melhor professora que ele já teve.
Seis anos se passaram e ela
recebeu um outro bilhete de Luiz Alberto. Ele escrevia que havia terminado o
colegial e era o 3º melhor aluno da classe e que a Dona Hilária era sua
professora preferida e a melhor que ele havia tido.
Quatro anos depois disto ela
recebeu outro bilhete de Luiz Alberto, dizendo que as coisas às vezes ficaram
difíceis, mas que continuou estudando e que muito em breve ele se formaria na
faculdade com honras. Ele assegurou à Senhora Hilária que ela ainda era a
melhor professora que ele havia conhecido.
Aí, mais quatro anos se passaram
e uma outra carta chegou. Desta vez ele explicou que quando recebeu o
bacharelado, decidiu ir um pouco mais longe. A carta explicava que ela
continuava a ser a melhor professora e também a sua favorita. Mas, agora, o
nome dele era um pouco maior: Dr. Luiz Alberto Pereira da Silva.
A história não termina aqui. Uma
outra carta acabou de chegar nesta primavera. Luiz Alberto disse que havia
conhecido a garota com quem irá se casar. Ele disse que seu pai havia falecido
e que ele gostaria que a Dona Hilária sentasse no lugar de sua mãe durante a
cerimônia do casamento.
A Dona Hilária
aceitou e, adivinhe o que aconteceu? Ela compareceu usando o bracelete que ele
lhe deu e também o perfume que sua mãe gostava. Eles se abraçaram e Dr. Luiz
Alberto cochichou no ouvido da Dona Hilária: “Obrigado por acreditar em mim.
Obrigado por me fazer sentir importante e mostrar que eu podia fazer a
diferença”.
A Dona Hilária, com lágrimas nos
olhos cochichou também: “Luiz Alberto, você está errado. Você é quem ensinou
que eu podia fazer a diferença. Eu não sabia ensinar até que conheci você”.
2 comentários:
Estava ha anos tentando achar esse texto na internet, pois no dia seguinte em que li na escola ele foi, acidentalmente, deletado. Relendo, aconteceu o mesmo da primeira vez,chorei rios...Lindo!
Ano contar essa história, as pessoas se emocionam
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