quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Escreva e Aconteça - Raquel, Coragem e Determinação

Coautores Coordenadores: Júnior, André e Álvares, Shirlene Capítulo 10 - E a vida continua... Além da ajuda de todos os envolvidos, a fé e a determinação de dona Luiza foram fundamentais para que ela vencesse a doença Os exames foram marcados para a semana seguinte e a expectativa era grande para todos da família. Raquel procurava alegrar e distrair a mãe para que o tempo passasse mais rápido. Aos poucos, a rotina dos amigos de Raquel foi voltando ao normal, Paulo César e Henrique decidiram fazer um curso preparatório para o vestibular de Medicina e também formaram um grupo de estudos. Ana queria fazer o curso de arquitetura em uma universidade inglesa, por isso começou a freqüentar aulas de conversação em inglês e incentivou Henrique a fazer o mesmo, pois queria que ele fosse junto com ela. Os dois sonhavam com as conquistas que teriam juntos na universidade: ele, estudante de medicina e ela, com sua paixão pela arquitetura, formariam um casal realizado profissionalmente e eternos apaixonados. Paulo César, mesmo estudando muito, não abriu mão de seu namoro com Carolina. No dia do exame, bem cedo, dona Luiza já estava pronta para a tão esperada notícia. - Mãe, vamos? O Rubens já chegou e nos espera lá fora. - Minha filha, seja o que Deus quiser! - Lógico, e Ele quer que a senhora viva até ficar bem velhinha, como a dona Chica, nossa vizinha lá em Brasília. Lembra-se dela? Era tão jovial e esperta. E já tinha mais de 90 anos. - Ah, Raquel, só você para me fazer sentir tão bem! As duas saíram de mãos dadas. A caminho do hospital, Rubens tentou distraí-la, contando histórias de seu avô. A equipe médica já esperava dona Luiza, que se sentiu mais reconfortada com as presenças do doutor Renato e do doutor Marcílio. - E aí, dona Luiza, preparada? - Ah, doutor, nem me fale... - Fique tranquila, a senhora está ótima! Tenho certeza absoluta. Os exames comprovarão que estou certo! Raquel ficou emocionada com o que disse o médico. Lembrou-se de quando doutor Gouveia dera-lhes a notícia da doença, em Brasília. Ela abraçou a mãe que seguiu com os médicos para o laboratório. Na ante-sala da clínica, Rubens segurou a mão da namorada e a esperança falava mais alto no coração de ambos. Algumas horas depois, dona Luiza, Raquel e Rubens foram à igreja mais próxima para agradecer todas as bênçãos que tinham recebido. Depois, ele resolveu levá-las para dar um passeio ao shopping. - Obrigada, Rubens por sempre ter ficado ao nosso lado. Quero que me desculpe por não ter confiado em você no início. Deus o abençoe por tudo e lhe faça feliz. – Disse dona Luiza com menos preocupação. - Dona Luiza, a minha felicidade é ver a senhora e a Raquel felizes. O resultado saiu dois dias depois e o doutor Renato estava certo: dona Luiza estava curada. Deveria voltar outras vezes ao hospital, mas apenas para acompanhamento e exames de rotina. Em casa, para surpresa e felicidade de todos, havia uma comemoração. Estavam presentes: Ana, Henrique, Paulo César, Carolina, tia Zilda, Márcio e, para surpresa ainda maior, José Paulo, Rita, Marina e dona Rosana. Henrique recebeu a mãe com um enorme buquê de flores, dona Luiza chorou de emoção, pois era a primeira vez que ganhara flores na vida e essas eram especiais, pois demonstrava o verdadeiro carinho do filho. - Mãe. – Henrique dirigindo-se a dona Luiza. – Estou feliz pela sua cura. Nunca imaginei que teria duas mães. – E abraçando as duas, começou a cantar um ‘parabéns a você’. Todos o acompanharam. Ao ouvir o filho chamando-a de mãe, dona Luiza o abraçou fortemente, fato registrado pela máquina fotográfica de Paulo César, pois essa era uma imagem que ficaria guardada para sempre na memória de todos. Os dias corriam em paz na vida de Raquel. Pela primeira vez, nos últimos meses, poderia respirar sem pensar nos problemas que havia passado. Pensou em seus amigos - conseguira fazer amizades verdadeiras em Goiânia. - Sua mãe havia pedido que ela parasse de trabalhar e se dedicasse aos estudos, pois conseguira um emprego e poderia ajudar a filha no que fosse preciso. Essa idéia foi aceita de bom grado, pois o sonho de Raquel era fazer faculdade de Serviço Social. Ela e a mãe decidiram morar em Goiânia, já que a cidade fora tão receptiva com elas, e tudo havia dado certo. O que apertava seu coração era que Henrique, Ana e Marina iriam para a Inglaterra no mês de julho, assim que terminasse as aulas do cursinho. Em seus pensamentos havia a sensação de perda: “logo agora, que a convivência com seu irmão era possível”. Mas tinha certeza de que a distância não iria separar pessoas tão especiais. Havia o MSN, o Orkut e telefone. As distâncias seriam minimizadas e menos doloridas. Na casa de José Paulo, a vida estava se ajustando aos novos fatos, Rita perdoara a traição, mas ainda havia ressentimentos que só o tempo poderia cicatrizar. A família estava se preparando para a ida dos filhos para o exterior. Henrique e Raquel entraram no site “QUEM PROCURA, ACHA”, no blog “CÂNCER MATA” e na comunidade do Orkut “PELA VIDA DE MINHA MÃE” para agradecer o carinho e atenção dispensados a todos os envolvidos no tratamento de dona Luiza. Raquel escreveu a seguinte mensagem na comunidade do orkut: “Somos o que somos porque Deus quis que fôssemos assim. Nunca deixe para amanhã o que se pode fazer hoje. Acredite em você mesmo, corra atrás de seus sonhos e desista na primeira queda, pois cada erro ensina o que precisamos aprender. Suba os degraus da vida devagar, pois ela é cheia de altos e baixos. Então, não tenha pressa para vivê-la, deixe tudo acontecer naturalmente. Cuide para que cada dia seja vivido intensamente, relembre as coisas boas do passado, concentre-se no presente e planeje o futuro plantando sementes de amor, para que a colheita possa ser promissora”. Dona Luiza começaria a trabalhar na primeira semana de fevereiro. E como Raquel e Rubens ainda estavam de férias, aproveitaram os últimos dias do mês de janeiro e foram para Caldas Novas, presente de dona Rosana.

Nenhum comentário: